domingo, 7 de março de 2010

O silêncio da alma
Hassin Ghannam

Sublime silêncio...
que repara os erros,
que enxuga as lágrimas,
que apara arestas,
que fecha ferida
que induz ao raciocínio,
e abre as portas
antes trancadas
pela escuridão da ignorância,
permitindo a entrada da luz,
e o despertar da confiança.

Silêncio

Que desativa todos os sentidos,
e querendo falar, não se fala.
e querendo ouvir, não se ouve.
e querendo ver, não se vê.
e querendo tocar, não se toca.
e querendo aspirar, não aspira,
não respira, não se sente,
apenas pressente,
todo o desejo latente e perdido,
de um coração triste e reprimido.


Silêncio

para que todo o pensamento flua,
e reconhecendo cada erro, cada falha,
a alma arrependida, se destila e depura,
concebendo o dom do perdão e da graça.

Silêncio

para que se faça tangível a razão,
reconhecendo os jardins dos desamores,
mas transformando-os em jardins de flores,
no templo puro e cristalino do coração.

Silêncio

para que todas as ofensas desapareçam,
todas as dúvidas em confiança se convertam,
e as esperanças perdidas sejam recuperadas,
na certeza de uma alegria docemente renovada.


Silêncio

para que eu me lembre de ti,
de cada momento,
de cada sentimento,
de cada beijo tímido,
que foram dados às escondidas,
mas que nada devem ao pudor,
e que nada devem à dor ou mesmo aos desatinos,
das nossas almas separadas por um curto destino.

Silêncio

para que vendo uma rosa vermelha
eu me lembre do teu coração cheio de Amor.

para que vendo a Lua cheia e luminosa,
eu me lembre da ternura viva dos teus olhos.

para que vendo o Oceano em repouso,
eu me lembre a suavidade e a doçura da tua Paz.

Para que vendo o manto suave das nuvens,
eu recorde a tua pele macia e sedosa.

Para que vendo o nascer do Sol,
eu me lembre do esplendor do teu Sorriso,

E quando sentir em minha volta o milagre da vida,
eu possa recordar que me fizeste sentir igual
quando nos seus braços, revivi no calor do teu Amor.



Silêncio

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